domingo, 3 de setembro de 2017

A ejaculação da Injustiça

Talvez se arrume todos os dias para ir ao trabalho, ou à faculdade; ou faça tudo isso e tenha que cuidar de casa porque é mãe solteira... ou será que tem relacionamento com um cara machista que acha que ela tem de fazer coisas de casa e não gosta que ela estude/trabalhe.
 Hoje essa é nossa realidade, há um tempo atrás era outra. A mulher nem podia estudar ou trabalhar, e quando o fazia eram profissões divididas. Mas ainda se teme por assédios parecidos e como o que aconteceu no Brasil esses dias. Em transporte público nesse caminho da independência a moça teve de levar uma ejaculação no pescoço para a justiça não fazer nada com relação a isso, porque um juiz resolve que tal ato não pôde ser considerado estupro; que o cara é louco e não tinha noção. 2/09, pela décima sétima vez o sujeito pratica esse ato repudiável e enfim vai preso.
 Esses dias, numa clínica médica havia uma conversa da senhora que emanava uma força tremenda. Era cozinheira em uma casa, e segundo ela ninguém a dobrava. Me admirei tanto com a personalidade que prometi a mim que escreveria algo a citando. Como será que foi sua juventude?
 Por fim chega o futuro... se espera que não haja regressão com tanto conservadorismo nos patamares mais altos, assim como no livro O Conto da Aia, Margaret Atwood, 1985, onde após uma guerra nos Estados Unidos as mulheres perdem toda liberdade e cada uma tem determinada função. As Aias, simples reprodutoras, as esposas dos comandantes que são os caras poderosos e as martas, que cuidam da casa. Claro que é uma distopia, mas serve em alguns pontos discutidos aqui como a submissão e a objetificação feminina.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Seu Cérebro Pode Explodir

     Certas artes e produtos culturais me dão medo quando consumo. Será que as pessoas pensavam isso quando pegaram na mão o livro 1984 de George orwell? A obra foi publicada em 1949, e hoje a maior parte do universo vive alguns dos fatores lá descritos: somos vigiados por pessoas que nem sequer sabemos quem são, grandes empresas e governos tem todos os nossos dados, há uma teoria da conspiração que Mark Zukerberg, proprietário do Facebook irá querer a presidência dos Estados Unidos e temos um programa de TV chamado Big Brother, ‘O Grande Irmão’. Podemos mudar alguns componentes de nossa genética como em O Admirável mundo novo de Aldous Huxley 1932, além disso há uma discussão de como se adaptar ao mundo autômato. Só falta ser descoberto que essa dimensão na verdade não é real como em Matrix, 1999.
                Nos últimos meses, envio de mísseis nucleares são noticiados em mídias de cunho mundial, e os cães já estão rosnando. Por vezes essas ações são desacreditadas pelo povo de várias nações, que argumentam ser como na ‘guerra fria’ entre União Soviética, atual Rússia e Estados Unidos. Porém, a Coreia do Norte não está no acordo de proliferação de armas nucleares há algum tempo, e Donald Trump não tomou a vacina contra raiva antes de assumir a presidência. Mas é compreensível essa proteção com o país, visto que, passaram por poucas e boas. A última notícia que li foi do dia 29 de agosto de 2017, e  Kim Jong-um enviou um míssil para a ilha Hokkaido ao norte do Japão, e Trump disse que tudo poderia acontecer. Não ficou nada feliz e passou a realmente examinar possibilidades.

                Enquanto este cenário se desenrola, aí vai mais uma referência... na série the 100 exibida na Netflix, 100 jovens delinquentes vão à Terra após cem anos ocorrer uma Guerra nuclear e o planeta deixar de ser habitável. Se as outras obras citadas deram futuros sugestivos, o que pode acontecer com relação à essa...

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

A Montanha Russa do Arco-íris

Quando penso no mês de junho de 2017 para a comunidade LGBtQ, lembro das montanhas russas daqueles parques fantásticos de diversão. Hora o brinquedo fica no escuro com imagens horripilantes, hora tem loops que deixa o mais corajoso tonto, e por vezes há partes em que a descida é suave e libertária.
No início do mês a subida começa no breu, pois a temporada de Sense8, um marco da diversidade é cancelado em sua segunda temporada pela Netflix por motivos financeiros. A série conquistou um mundo inteiro levantando essa bandeira. Os personagens de destaque são. Lito, um ator latino e gay, Nomi, uma mulher trans., entre outros asiáticos, negros, etc. oito pessoas conectadas pelo pensamento, de todos os lugares do universo. Ocorreram abaixo-assinados e campanhas foram feitas para a volta de Sense8, mas a empresa realmente não conseguiu fazer nada.
 Após esse momento, um loop muito louco acontece, com a chegada da quinta temporada de Orange Is The New Black, trazendo as nossas parceiras detentas de Litchfield. A visibilidade lésbica e racial neste seriado é incrível, fora assuntos como estupro, e violação de direitos humanos nas prisões.
 A descida segue com a campanha do botão do orgulho LGBTQ, feita pelo Facebook. O app conta com 5 reações: ‘uau’, ‘amei’, ‘hahaha’, ‘bravo’ e ‘triste’. O botão “orgulho” foi liberado primeiro nos Estados Unidos, e depois foi para outros países. Para ativar a funcionalidade precisa entrar na página LGBTQ, página oficial do facebook
 E a parada é do dia 16 até 18 de junho, na cidade de São Paulo com caminhadas, amostras, festas e muita luta. Vigésima parada do orgulho LGBT.

 Mas a militância não para, pois há uma vastidão de pessoas morrendo, sendo proibidas de viver seus relacionamentos, muitas vezes são expulsas de casa e sofrem violência física e moral apenas por sua orientação sexual e/ou identidade de gênero. Por um planeta livre de heteronormatividade, preconceito enraizado em nossas vidas.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Resenha A Mão Esquerda da Escuridão Ursula K. Li Guin




Sabe quando você não se encaixa em uma determinada sociedade ou grupo social em questões emocionais, sociais e comportamentais? É O QUE acontece com Genly em A Mão Esquerda da Escuridão, (The Left Hand of Darkness).
O livro foi escrito pela autora americana Ursula K. Le Guin, e teve seu lançamento em 1969. Ganhou dois prêmios com esse trabalho. O Nébula, 1969, e Hugo, 1970.
Genly Ai é um terráqueo, enviado pelo Ekumen, federação interplanetária à uma missão solitária ao planeta Gethen, conhecido como (Inverno) por seu clima hostil.
Estava em seu encargo, apresentar o Ekumen aos governantes de Gethen e fazê-los se filiar à federação. Esse é o universo criado por Le Guin, dezenas de planetas com seres humanos ou humanoides que se unem para trocar informações científicas, culturais, enviar emissários uns aos outros entre outras funções.
Li Guin, trata nesta ficção Temas importantíssimos que permeiam nossos dias até hoje; Equidade de gênero, e questões raciais. O Emissário quando chega à Gethen, se depara com situações totalmente contrárias do nosso planeta nesses âmbitos. Os habitantes são unissex, homens e mulheres ao mesmo tempo. Uma vez ao ano, desenvolvem características masculinas ou femininas para relacionar-se sexualmente e engravidar. As pessoas que possuem o ano inteiro um mesmo gênero, são chamadas de pervertidas.
Genly sentiu-se extremamente desconfortável, não conseguindo entender esses conceitos que existiam em Gethen. O moço tem uma personalidade muito humana, e não consegue desconstruir o entendimento de feminino e masculino, levando-o a um poço de preconceito. O terráqueo é cis, hétero e negro o que complicava ainda mais a vida do rapaz, pois os gethenianos nunca haviam visto alguém daquela cor. Em um momento o líder pergunta:
-- “Todas as pessoas que vivem em seu planeta são escuras como você? ”
            O livro é narrado por Genly, outros personagens e conta com capítulos curtos intercalando histórias míticas e episódios do planeta.
                        Foi o primeiro livro da autora que li, e não me decepcionei. Mas esperava mais. O livro não é perdido em tecnologias, mas sim bem focado em pessoas, o que é incrível.
A forma da escritora de colocar as palavras é bem trabalhada, e a prosa é gostosa de ler. O que mata um pouco são algumas partes onde a história poderia ter se desenvolvido mais rápido, assim não ficaria um tanto maçante. Mas no geral, é desafiador ler essa obra pelos assuntos abordados, e porque a trama é bacana. Além disso, podemos considerar A Mão Esquerda da Escuridão, o estudo antropológico de um planeta que nunca existiu; porém, tão próximo são os assuntos da nossa realidade, que trazemos automaticamente para nossas vidas.
K Li Guin, nos faz deparar com situações que nos colocam no lugar de não privilegiados, para que vejamos o quão são complexas algumas coisas. Mas se estava pretendendo trazer crítica ao racismo, deveria ter criado os gethenianos negros, e genly branco. É um ótimo livro para ser discutido em escolas e debates de gênero.

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Privacidade Zero

Tão distraída eu estava... Ouvindo música e nas redes sociais, nem percebi que já era quase hora de descer no ponto de ônibus no qual eu precisava chegar; e me perguntei se o motorista lembraria que eu deveria parar ali. Na dúvida, resolvi avisá-lo novamente, e o fiz.
-- “Ele parece ter esquecido! Ainda bem que o lembrei. ”
Eu definitivamente não gosto do alvoroço das 6h da tarde, e nem do meio dia. E era no pôr do sol que eu estava a caminho de onde eu precisava ir; o que me deixou bem descontente.
Quando enfim precisei descer, levantei-me, abri a bengala e passei por uma mutuca gigantesca até chegar na porta de traz, porque pela frente nem conseguia passar por parecer um formigueiro.
Ao começar a descer um a um os degraus, vem um homem tentar me ajudar, e da pior maneira possível. Veja você leitor, que o cidadão tentou pegar-me pela cintura, para que eu pusesse os pés no chão. Invasivo, não?
Fico me questionando, e me vem a resposta mais óbvia.
 “Será que se fosse um cara ele faria o mesmo? ”
Claro que “não! ”

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